“A coisa de que Jack se lembrava
e com que sonhava de uma forma que não podia evitar nem entender era a vez,
naquele verão distante na Brokeback, em que Ennis chegara por trás e o puxara
para junto dele, o abraço mudo satisfazendo alguma fome compartilhada e
assexuada.(...) Mais tarde, aquele abraço sonolento consolidou-se em sua
memória como o único momento de felicidade natural e encantada em suas vidas
separadas e difíceis. Nada estragava aquilo, nem mesmo o entendimento de que
Ennis então não o abraçaria de frente porque não queria ver nem sentir que era
Jack que tinha nos braços. E talvez, achava, nunca passassem muito daquilo. Que
seja, que seja.”
(Annie Proulx, O Segredo de
Brokeback Mountain)